Summary: | Resumo: O estudo da epigrafia anfórica da Lusitânia encontra-se ainda numa fase incipiente, mais do que o estudo dos próprios contentores e do seu significado. Este contributo pretende ser uma primeira síntese, de carácter preliminar, sobre esse domínio da investigação. Analisam-se as marcas e grafitos, não apenas os já conhecidos, mas ainda um conjunto de materiais inéditos, procurando esboçar um quadro relativamente actualizado. Identificam-se e caracterizam-se dois hábitos epigráficos coevos, mas independentes: marcas impressa e grafitos, ambos circunscritos a um âmbito cronológico dos sécs. I e II d.C.. As primeiras são pouco frequentes e apresentam na maior parte dos casos tria nomina, sobre ânfora da Classe 20/21 (= Dressel 14 / Beltrán IV), com a excepção notória do centro oleiro do Porto dos Cacos onde as marcas ocorrem somente sobre contentores da forma Lusitana 3. Em vários centros oleiros não se conhece nenhuma marca contrariamente ao que sucede com os grafitos, invariavelmente presentes. Nestes últimos, observa-se uma repartição entre elementos de natureza numérica e alfabética, para além do registo de alguns símbolos, geralmente mais raros. Ambos hábitos epigráficos se perdem ao longo do tempo, não se registando qualquer marca a partir do séc. III, sendo muito raros também os grafitos desta época.
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