Summary: | Resultados de um inquérito por questionário a dois grupos de alunos (excelentes e não-excelentes) de quatro escolas portuguesas permitiram aceder às suas trajetórias e disposições, aos seus quotidianos pedagógicos e culturais. A análise dos dados revelou “ofícios de aluno” plurais, muito embora ancorados em radicais comuns ligados ao uso do tempo na escola e fora dela, na identificação de atividades não-escolares e na assimilação e descodificação de uma ética de trabalho subjacente ao arquétipo de sucesso escolar. O uso do tempo, na escola e fora dela, aparece sobredeterminado pelo core currículo, não sendo, porém, independente das origens sociais e de género, assim como do tipo de atividades não-escolares que compõem as opções educativas dos alunos. Partindo de um modelo de análise que cruza dois eixos (centro e periferia e formal e informal) procuramos discutir o sentido atual da excelência na escola pública portuguesa, focalizando muito particularmente as relações e as interdependências entre o escolar e o não-escolar, ou por outras palavras, entre o centro e as periferias educativas habitadas pelos jovens enquanto alunos.
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