Cogumelos silvestres portugueses: valorização como alimentos funcionais e fonte de nutracêuticos

Os cogumelos silvestres possuem grande diversidade de biomoléculas com valor nutricional e/ou propriedades medicinais. Têm sido reconhecidos como alimentos funcionais e como fonte de compostos para o desenvolvimento de fármacos e nutracêuticos, incluindo compostos com propriedades anti-tumorais. Exe...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Ferreira, Isabel C.F.R. (author)
Outros Autores: Vaz, Josiana A. (author), Barros, Lillian (author), Almeida, Gabriela M. (author), Martins, Anabela (author), Vasconcelos, M. Helena (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2013
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10198/7903
País:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/7903
Descrição
Resumo:Os cogumelos silvestres possuem grande diversidade de biomoléculas com valor nutricional e/ou propriedades medicinais. Têm sido reconhecidos como alimentos funcionais e como fonte de compostos para o desenvolvimento de fármacos e nutracêuticos, incluindo compostos com propriedades anti-tumorais. Exemplos disso são os β-glucanos “Lentinan” (do cogumelo Lentinus edodes) e “Schizophyllan” (do meio de cultura de Schizophyllum commune) ou os glucopéptidos PSP e “Krestin” (PSK) (do micélio de Coriolus versicolor). Para além dos cogumelos mencionados, existem muitos outros conhecidos como sendo medicinais e existe um potencial enorme nas espécies ainda não exploradas do Nordeste Português. Por esse motivo, o nosso grupo analisou algumas destas espécies ainda não estudadas, tais como Clitocybe alexandri, Lepista inversa e Suillus collinitus. Os seus extratos fenólicos foram caracterizados e mostraram potenciais efeitos anti-tumorais em linhas celulares tumorais humanas, que se traduzem especificamente na indução de paragem do ciclo de divisão celular e na indução de morte celular programada (apoptose) em linhas celulares modelo, derivadas de diferentes tipos de tumores humanos. Verificámos que extratos de Clitocybe alexandri induzem paragem no ciclo celular e apoptose numa linha celular de cancro do pulmão, constituindo-se assim como fonte de potenciais novos agentes citotóxicos. O nosso grupo de investigação descobriu também que o extrato metanólico de Suillus collinitus aumenta a expressão da proteína supressora de tumores p53, causa paragem no ciclo de divisão celular e aumenta a apoptose numa linha celular modelo de cancro da mama. Tendo em conta o potencial anti-tumoral evidenciado em condições in vitro pelas espécies mencionadas, os extratos/compostos fenólicos prefiguram-se como potenciais agentes citotóxicos e poderão encontrar, caso estudos futuros o comprovem, potencial utilização no tratamento do cancro, a segunda causa de morte nos países desenvolvidos. Em específico, podem potencialmente servir para acrescentar e diversificar os “pipelines” de desenvolvimento de fármacos da indústria farmacêutica ou de alimentos funcionais.