A cartografia náutica portuguesa no século XVIII

A história da Cartografia atribui um destacado papel à cartografia portuguesa do século XVI e regista o trabalho pioneiro de alguns cartógrafos portugueses. No século XVII a actividade cartográfica portuguesa ainda continuou a ser significativa e a ser reconhecida pelas outras nações marítimas, mas...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Costa, Adelino Braz Rodrigues da (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10451/32030
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.ul.pt:10451/32030
Descrição
Resumo:A história da Cartografia atribui um destacado papel à cartografia portuguesa do século XVI e regista o trabalho pioneiro de alguns cartógrafos portugueses. No século XVII a actividade cartográfica portuguesa ainda continuou a ser significativa e a ser reconhecida pelas outras nações marítimas, mas já foi a cartografia dos Países Baixos que adquiriu maior relevância à escala mundial. Porém, ao longo do século XVIII a produção cartográfica europeia intensificou-se em quantidade e em qualidade, sobretudo na França e na Inglaterra, enquanto a produção portuguesa diminuiu acentuadamente e a navegação portuguesa passou a utilizar cartas estrangeiras impressas. Na presente dissertação procuramos analisar os contextos que terão condicionado a limitada produção cartográfica portuguesa durante o século XVIII, fazer um estudo comparativo da produção cartográfica das principais nações marítimas europeias e, sobretudo, identificar e analisar a produção cartográfica portuguesa. Esse estudo baseou-se na pesquisa e estudo de algumas centenas de cartas existentes em arquivos e bibliotecas portuguesas e, embora mostre que houve uma concentração de recursos na actividade cartográfica e no reconhecimento geográfico do Brasil, também evidencia um panorama geral de declínio da cartografia portuguesa e, de forma especial, da cartografia náutica portuguesa. Essa situação foi percebida pelos responsáveis portugueses que procuraram soluções para o problema. Assim, reconhecendo-se que havia “falta e penúria” de boas cartas hidrográficas, em 1798 foi criada a Sociedade Real, Marítima, Militar e Geográfica para o Desenho, Gravura e Impressão das Cartas Hydrograficas, Geográficas e Militares, destinada a superar a reconhecida debilidade e carência cartográfica portuguesa, mas a sua actividade ficou aquém das expectativas devido aos acontecimentos político-militares de 1807 e à conjuntura que se seguiu. A resposta às necessidades da cartografia náutica só apareceu na segunda metade do século XIX quando se institucionalizou a actividade hidrográfica em Portugal.