Summary: | Com a viragem para o século XXI assiste-se ao renascer da indústria. Aquando da deslocalização da actividade industrial, fruto da crescente automatização e do fenómeno da globalização, o final do século XX apresenta-nos o cenário desolador que lentamente se instalou nas paisagens industriais dos centros urbanos. Perante o seu declínio e diminuição das funções vitais que ocupava na urbe, as populações dependentes da produção industrial são confrontadas com a extinção dos seus locais de trabalho. Abandonam gradualmente os edifícios industriais que foram, no passado, parte central do sistema urbano e do seu sustento económico. Não obstante, somos hoje confrontados com estas paisagens. Sustentam a história da indústria e da cidade, pelo que, enquanto arquitectos, impõem-se a questão: como atribuir-lhes nova vida útil? Na cidade global do século XXI o capital humano é reconhecido enquanto a ferramenta mais valiosa. Em virtude destas acções, os edifícios e paisagens industriais obsoletas veem o seu valor resgatado, conferindo-lhes outros propósitos e acolhendo novas actividades. O crescente sucesso das regenerações neles efectuadas apagam lentamente a memória do seu abandono. Colocam-se no entanto questões maiores. Em que medida a actividade industrial foi responsável por este fenómeno contemporâneo e, até que ponto a arquitectura se transformou no passado perante as suas necessidades? Como terá influenciado as paisagens urbanas que hoje conhecemos, e mais importante, que influência terá no futuro?
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