Botânica, Império e circulação: O caso da expedição Iter Angolense (1853-1860)

A partir de 1851, coincidindo com um período de relativa estabilidade política, Portugal conseguiu as condições necessárias para o desenvolvimento do seu plano imperial, o que permitiu uma maior continuidade da ação governamental. O marquês de Sá da Bandeira (1795–1876) relançou o plano, procurando...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Albuquerque, Sara (author)
Format: lecture
Language:por
Published: 2020
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10174/28291
Country:Portugal
Oai:oai:dspace.uevora.pt:10174/28291
Description
Summary:A partir de 1851, coincidindo com um período de relativa estabilidade política, Portugal conseguiu as condições necessárias para o desenvolvimento do seu plano imperial, o que permitiu uma maior continuidade da ação governamental. O marquês de Sá da Bandeira (1795–1876) relançou o plano, procurando a consolidação da soberania portuguesa em África, a transformação das estruturas sociais nas colónias e a promoção da economia colonial. Apesar de várias discussões públicas sobre o futuro dos territórios na década de 1860, o governo português acreditava na riqueza das suas possessões africanas. A expedição Iter Angolense (1853–1860), liderada por Friedrich Martin Joseph Welwitsch (1806–1872), um médico austríaco e botânico, decorreu num momento em que o plano imperial se estabeleceu. Welwitsch, que estava ao serviço da Coroa Portuguesa, seria enviado para as possessões angolanas. O objetivo seria coletar informação relativa a plantas, animais, minerais, entre outros, que mais tarde seria usada para análises científicas e relatórios, de modo a determinar seu potencial económico. A 3 de setembro de 1859, Welwitsch foi o primeiro europeu a descrever a famosa planta do deserto do Namibe, mais tarde denominada de Welwitschia mirabilis em sua homenagem. Durante a sua expedição, Welwitsch coletou cerca de 5.000 espécies de plantas, das quais 1.000 eram novas para a ciência.