O estudo da civilização helenística : conceitos, temas e tendências

Muitos estudiosos encararam a Época Helenística depreciativamente, como um momento menor da História, de clara perda e quebra dos valores e das qualidades clássicas, qual epílogo da civilização helénica, devido essencialmente ao contacto com as fortes tradições orientais. As concepções eurocêntricas...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Sales, José das Candeias (author)
Format: bookPart
Language:por
Published: 2014
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.2/3351
Country:Portugal
Oai:oai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/3351
Description
Summary:Muitos estudiosos encararam a Época Helenística depreciativamente, como um momento menor da História, de clara perda e quebra dos valores e das qualidades clássicas, qual epílogo da civilização helénica, devido essencialmente ao contacto com as fortes tradições orientais. As concepções eurocêntricas, quando não mesmo nazis, e o estigma de «civilização de interacção» desenvolveram um a priori de estudo negativo e alimentaram um sentimento de inferioridade da civilização helenística, quase intransponíveis e, mais grave, inibidores de uma correcta aproximação científica. Este artigo pretende demonstrar como esta visão historiográfica é, todavia, profundamente imerecida e deturpada, na medida em que, ao contrário do que essas teses «negativistas» advogam, a civilização helenística conserva, cultiva e difunde a civilização da Grécia arcaica e clássica, por um lado, e, por outro, mesmo integrando novos contributos orientais, perpetuou-se e subsistiu na civilização romana, que cronologicamente lhe sucedeu, estando, assim, na origem da actual civilização ocidental.