Summary: | Apesar dos grandes avanços na saúde oral, os problemas ainda permanecem em muitas comunidades, particularmente entre os grupos mais desfavorecidos e vulneráveis. A população prisional constitui um dos grupos desfavorecidos observando-se que estes indivíduos carecem de higiene oral e que a prevalência de doenças orais é alta, comparativamente com a população em geral. O principal objetivo deste estudo foi avaliar o status oral numa população reclusa do Norte de Portugal. Foi realizado um estudo observacional transversal que envolveu 103 reclusos do sexo masculino com idades compreendidas entre os 25-75 anos. Os inquiridos foram sujeitos a um questionário e a um exame clínico intraoral. A idade média da amostra foi de 41,58 ± 8,94 anos. A maioria dos participantes consome alimentos açucarados, sendo que 32% consomem-nos diariamente. Verificou-se que 13,6% dos participantes não escova os dentes. A maioria são fumadores (78,6%) e 70 fumam mais de 10 cigarros por dia. A média do CPOD foi de 17,17 ± 8,23 e o componente com maior peso foi o número de dentes perdidos, com valor médio de 13,14 ± 8,32. Observou-se que 7 indivíduos são desdentados totais e 64 (62,1%) apresentam lesão de cárie. Constatou-se que a prevalência de saúde periodontal foi de 26 %, de gengivite foi de 32,3% e de periodontite foi de 41,7%. A prevalência de doenças orais diagnosticadas nesta população prisional é alta, assim como, a perda de peças dentárias. A lesão de cárie é a doença oral mais prevalente e das doenças periodontais a periodontite.
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