Resumo: | O declínio de muitos stocks de peixes aumentou a pressão da pesca sobre os cefalópodes, expandindo a sua importância comercial, comprometendo as populações dos mesmos. Deste modo surge o cultivo de cefalópodes em aquacultura, em especial a espécie Octopus vulgaris, tentando preservar as espécies selvagens e ao mesmo tempo responder à procura. No entanto, existem ainda algumas lacunas que provocam altas taxas de mortalidade que ocorrem em diferentes fases do ciclo de vida do polvo, como o estágio de paralarva, não permitindo, até à data, o sucesso do seu cultivo a níveis comerciais. A nutrição parece ser o principal obstáculo a ser ultrapassado para o sucesso da criação de paralarvas de Octopus vulgaris. Até o momento, os melhores resultados de sobrevivência e crescimento foram obtidos quando usando zoeas de crustáceos vivas como presas únicas ou complementares. A identificação de biomarcadores de bem-estar, entre eles o correto desenvolvimento são fatores chave, contribuindo na resolução do cultivo desta espécie. A utilização de tecnologias ómicas na exploração sucessiva de dados em determinados padrões, pode apontar onde existem mudanças de composição, levando à identificação de potenciais biomarcadores. A hibridização in situ é uma técnica utilizada na descoberta da presença de sequências de nucleótidos com o auxílio de outra sequência de nucleótidos complementares, no caso uma sonda. Esta técnica pode ser realizada em secções de tecido preservadas ou em tecido inteiro. O objetivo geral deste trabalho é incorporar ao estudo do cultivo larvar de polvo comum a técnica de biologia molecular baseada em hibridização in situ de ARN a partir dos dados gerados com tecnologias ómicas. Esta técnica pretende complementar, segundo o estudo da localização da expressão dos genes a estudo, os resultados obtidos por RNA-seq. Neste estudo foi possível quantificar através de qPCR e localizar por hibridização in situ, a expressão diferencial dos genes Chitin Binding protein e Lysozyme, em paralarvas de Octopus vulgaris, alimentadas com dieta Mix e dieta Artémia a diferentes dias pós eclosão. Esta tecnologia permitiu assim confirmar os genes em estudo, como candidatos a biomarcadores de bem-estar, e concretamente de desenvolvimento em diferentes condições nutricionais no seu cultivo
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