Summary: | Experiências precoces negativas têm sido associadas a problemas de saúde mental e perturbações do comportamento alimentar. Do mesmo modo, evidências crescentes salientam o papel fulcral da vergonha com a imagem corporal na adoção de comportamentos alimentares perturbados. Contrariamente, a autocompaixão, definida como a capacidade de ter uma atitude de aceitação e tolerância em relação ao próprio tem sido consistentemente associada a bem-estar e menores níveis de psicopatologia alimentar. O petisco contínuo (“Grazing”), caracteriza-se por um padrão de episódios repetidos de consumo de pequenas quantidades de alimentos ao longo do dia de forma não planeada, tem permanecido pouco explorado. Neste sentido, o objetivo deste estudo é avaliar o impacto das experiências de vitimização na infância (perpetuada por pais e pares), da auto compaixão e da vergonha com a imagem corporal (interna e externa) no petisco contínuo, controlando o índice de massa corporal (IMC). A amostra é constituída por 129 adultos da comunidade, com uma idade média de 27.11 anos (DP = 11.36), 12.34 anos de escolaridade (DP = 2.63) e um IMC médio de 24.27 (DP = 4.27). Os resultados sugerem que a relação entre as experiências precoces de vitimização, a autocompaixão e o petisco continuo compulsivo é mediada pela vergonha com a imagem corporal (externa e interna). Os resultados salientam a importância de desenvolver uma atitude mais calorosa e compassiva para com a sua imagem corporal e alimentação, promovendo a saúde.
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