Summary: | Esta pesquisa qualitativa, de natureza exploratória, fundamentou-se em pesquisas bibliográficas e estudos sobre a Perturbação do Espectro do Autismo - PEA, a neuroplasticidade, a família e o brincar, e teve como propósito a percepção dos pais sobre o impacto do brincar; e observação e análise da ação do brincar dos pais com seus filhos. O estudo partiu do questionamento: O brincar favorece a aprendizagem de crianças com PEA. Diante dessa observação, considerou-se como objetivo geral reconhecer que através do brincar, com crianças diagnosticadas com Perturbação do Espectro do Autismo, consegue-se promover o desenvolvimento infantil, de forma significativa, positiva e prazerosa, assim como facilitar a interação social, comunicação e aprendizagem. O objetivo específico da pesquisa foi contribuir para conscientizar as famílias das crianças com Perturbação do Espectro do Autismo da importância do brincar para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo. Foram selecionados, para este estudo de caso, nove participantes; seis pais e três crianças com níveis diferentes da PEA, duas do sexo masculino e uma do sexo feminino, com idades entre 7 e 11 anos, escolarizados, que iniciaram o tratamento psicopedagógico com a pesquisadora na primeira infância, entre 3 e 4 anos. A investigação organizou-se em três momentos: primeiro momento, entrevista com os pais (guião); segundo momento, observação do brincar dos pais com os filhos separadamente; o terceiro e último, a pesquisa sociodemográfica. Os dados foram validados utilizando a triangulação proposta por Patton (2002). Os resultados da pesquisa foram satisfatórios, as crianças dos estudos de caso evoluíram de forma significativa, minimizando comportamentos da PEA; adquirindo conhecimentos académicos, sedimentando regras básicas sociais; conquistando aquisições facilitadoras para uma futura vida “autónoma” na sociedade inclusiva. Como conclusão, constatou-se que há necessidade de ampliar o conhecimento do brincar com crianças diagnosticadas com PEA, desde os primeiros meses de vida, a fim de favorecer seu desenvolvimento emocional, social e cognitivo. O resultado também permitiu constatar a importância da intervenção precoce no desenvolvimento global da criança com PEA, impactando em sua evolução e a da importância da psicoeducação na orientação dos pais, de como brincar, e o porquê do brincar. Esse estudo sugere possibilidades de continuidade, explorando o brincar em todas as esferas (lares, escolas, terapias), com o objetivo de promover a aprendizagem e a inclusão social dos sujeitos com PEA.
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