Resumo: | Esta dissertação pretende abordar o tema da (des)continuidade das cidades dos nossos dias provocada pela implantação arbitrária de infraestruturas viárias e férreas ao longo dos tempos no território e perceber de que maneira estas são responsáveis pela disseminação neste, tanto de zonas expectantes como de pessoas, que embora habitem fora dos antigos centros todos os dias acorrem a eles para trabalhar, para realizar atividades de lazer, ou seja usufruir do que falta nas zonas periféricas. Compreender a ambiguidade das infraestruturas que tornaram a sociedade dependente da máquina para se locomover em cidades onde tudo fica longe de tudo devido às barreiras que estas geram e que vão cortando relações entre partes e dificultando a mobilidade do indivíduo como peão é a base. É, por isso, fulcral perceber toda esta dinâmica que existe entre cidade versus infraestruturas e o papel destas no desenvolvimento de tudo e qual a sua causa/efeito na sociedade que as habita e as percorre todos os dias, tornando-se essencial para isso, compreender e falar sobre o pensamento de alguns arquitetos dos anos 60, que recaiu sobre super infraestruturas que serviam de operadores urbanos possibilitando a continuidade do tecido urbano, transformando lugares, resolvendo impasses ou seja sendo os pontos de vida coletiva, uma referência na cidade. Perceber como toda esta herança é aplicada, num momento, novamente, de mudança em que a sociedade se depara com esta malha de infraestruturas que saem do casco antigo criando esta descontinuidade, e anseia por estratégias que possibilitem a formação da verdadeira cidade, ou seja anseia por estruturas que serão capazes de gerar uma matriz de continuidade e fluidez entre todos os pontos, sem criar mais barreiras, mas sim a cidade para todos, onde todas as atividades conseguem acontecer ao mesmo tempo, é o que aqui se propõem analisar.
|