Resumo: | Introdução: Etimologicamente o termo delí- rio tem base no latim delirare. Referindo-se aos indivíduos que se afastam da normalidade. Ao longo da história o “delírio” englobou vários significados além das alterações do pensamento. Objectivos: Neste artigo pretendemos explorar a história conceptual do delirio em psicopatologia desde o primórdio dos tempos até à modernidade. Métodos: Foi feita uma pesquisa bibliográfica consultando artigos e livros de texto em língua francesa, inglesa, espanhola e portuguesa. Resultados e Conclusões: Antes do século XVIII, vários autores chamam a atenção para a importância das alterações do conteúdo do pensamento e da razão (como hoje entendemos o delírio), na definição da loucura. Porém, desde cedo o delírio foi confundido com a loucura em geral, não sendo discriminado como um sintoma como mais tarde veio a ser. No século XIX a confusão manteve-se sobretudo nos autores franceses, corrente psiquiátrica mais influente nesta época, para os quais o délire era uma síndrome que englobava várias alterações psicopatológicas além das alterações do pensamento, sendo a proximidade entre as alterações do pensamento e da percepção (alucinações) a que mais persistiu. Origens e percursos diferentes têm os termos utilizados no inglês – Delusion e no alemão-Wahn que vieram a substituir o termo delirio e delirium para uma mais restrita designação das alterações do conteúdo do pensamento, manifestando um desagrado dos ingleses e alemães, já no século XVIII, em relação à indefinição do conceito delírio.
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