Resumo: | A interação enfermeiros-pais no desenvolvimento do processo de cuidados à criança é vista, ainda hoje, como uma tarefa algo complexa. Numa tentativa de acompanhar a ampliação da conceção de cuidados e de potenciar a qualidade dos cuidados prestados, a parceria de cuidados tem vindo a ganhar relevo como configuração de cuidar em pediatria que privilegia a interação dos intervenientes no processo. A partir de uma abordagem centralizada na opinião, dos enfermeiros e dos pais presentes em pediatria, procuramos identificar a perceção dos mesmos sobre os ganhos obtidos com a parceria de cuidados. Estudo de natureza qualitativa foi sustentado teoricamente no interaccionismo simbólico. Fizeram parte da amostra 12 enfermeiros da unidade de pediatria de um hospital do norte de Portugal e 18 mães/pais presentes em pediatria com o filho. A colheita de dados foi feita através da entrevista semiestruturada. O corpus de dados foi submetido a análise de conteúdo, através do recurso ao software Nvivo8. “Segurança e proteção da criança”, “mediação do processo de cuidados pelos pais” e “acessibilidade aos dados pelos enfermeiros”, foram as categorias emergentes. Os participantes reconheceram a importância do desenvolvimento da parceria com os pais, considerando-a benéfica para todos os intervenientes no processo. A parceria de cuidados potencia a segurança e a proteção da criança e coloca os pais no papel de mediadores do processo, na medida em que são o elo de ligação entre a criança e os enfermeiros. A acessibilidade aos dados para a instrução do processo de cuidados, tendencialmente na perspetiva dos enfermeiros, é facilitada com a parceria e cuidados dado o envolvimento dos pais. O reconhecimento, pelos vários intervenientes no processo, dos ganhos obtidos com a parceria de cuidados, abre caminho para o desenvolvimento da parceria efetiva. Espera-se que os enfermeiros possam integrar nas suas práticas os subsídios conferidos por este estudo.
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