Summary: | A implementação de mecanismos de acalmia de tráfego tem sido importante para combater os índices de sinistralidade, onde uma das causas principais é o excesso de velocidade. Uma das soluções passa pela implementação de obstáculos físicos de modo a obrigar o condutor a reduzir a velocidade, exemplo disso é o recurso a rotundas. Com as rotundas garante-se uma melhoria ao nível de segurança rodoviária, contudo os estudos existentes para avaliar o impacto energético e ambiental de rotundas cingem-se a soluções convencionais de uma via e de várias vias de circulação. A presente dissertação propõe-se fazer uma análise em termos de capacidade e de emissões de uma rotunda com uma via de circulação localizada na cidade de Coimbra, que apresentava congestionamento num dos seus ramos de acesso, com posterior avaliação de duas alternativas para o mesmo local. A primeira, sugere-se a transformação da atual rotunda de uma via para uma rotunda tradicional de duas vias e, na segunda alternativa, propõe-se a implementação de uma turbo-rotunda. Para atingir os objetivos propostos, recorreu-se ao simulador de tráfego VISSIM para modelar o cenário de referência, que foi calibrado com dados recolhidos experimentalmente e posteriormente validado utilizando como parâmetros de avaliação os volumes de tráfego, os tempos de viagem e a velocidade média. Finalmente, quantificaram-se as emissões de poluentes, que foram estimadas utilizando a metodologia baseada no conceito de potência específica do veículo (VSP). Com o cenário devidamente validado procedeu-se à análise comparativa dos três cenários, utilizando os tempos de viagem, a velocidade média, modos VSP e emissões dos poluentes CO2, CO, NOx e HC. Os resultados obtidos indicam que as duas soluções propostas apresentam melhorias a todos os níveis. Os tempos de viagem diminuíram em cerca de 14 % para ambos os cenários alternativos, consequência de um aumento de velocidade em cerca de 13%. No que diz respeito às emissões, a rotunda de duas vias apresentou-se como a melhor solução ambiental em termos de CO2 e NOx, apresentando uma diminuição de 27% e 19%, respetivamente, face à rotunda de uma via. Por sua vez, a turbo-rotunda teve o melhor desempenho ambiental ao nível dos poluentes locais CO e HC, com 16% e 30%, respetivamente. Conclui-se assim que se justifica a substituição da rotunda de uma via por uma rotunda de duas vias. A turbo-rotunda não se afigura a melhor alternativa, uma vez que ocorrem elevadas percentagens de viragem à esquerda a partir do ramo mais congestionado. Assim sendo, a opção por esta alternativa faria mais sentido se houvesse mais veículos a realizarem viragens na primeira saída.
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