Resumo: | Pseudomonas aeruginosa é responsável por infeções nosocomiais e na comunidade em geral. Em Portugal, as infeções da pele e dos tecidos moles são as afeções mais frequentes em instituições que prestam cuidados continuados, sendo a maioria gerida em ambulatório. No presente estudo determinou-se a prevalência bacteriana em ambulatório e em postos que prestam serviços de ambulatório e de cuidados continuados. Caracterizou-se a distribuição de P. aeruginosa segundo fatores como a idade, género e localização da infeção e determinou-se o perfil de resistência e multirresistência de P. aeruginosa em exsudados purulentos, no período de 2010 a 2013 no Laboratório Médico de Análises Clínicas de Aveiro (AVELAB). A espécie em estudo foi isolada em meio Levine. Efetuou-se também a coloração de Gram e testes de confirmação bioquímicos, para a correta identificação da espécie. Para avaliação do perfil de resistência realizou-se um antibiograma, pelo método de Kirby-Baüer, com antibióticos definidos pela Direção Geral de Saúde. Dos 652 isolados bacterianos determinou-se que o S. aureus, P. aeruginosa e Proteus spp, são as três principais bactérias responsáveis por infeções da pele e tecidos moles em ambulatório. Também se verificou que P. aeruginosa foi a terceira bactéria mais frequentemente responsável pela infeção em postos de ambulatório com cuidados continuados. Este tipo de infeção é mais frequente, segundo os dados obtidos, em indivíduos do género feminino, com uma média de idades de 77 anos, cujas lesões se localizam predominantemente abaixo do plano transversal à linha da cintura. Os antibióticos que apresentaram maiores percentagens de resistência foram a tetraciclina (88,6%), a ciprofloxacina (33,5%), a gentamicina (25%), a piperacilina±tazobactame (17,1%) e o imipenemo (12,2%). Verificou-se percentagens de resistência mais elevadas no ano de 2013. Futuramente, no plano preventivo deve ser adequada a prescrição e utilização dos antibióticos, assim como vigiar o perfil de resistência e de consumo dos mesmos. No plano científico a exploração de novos compostos, como a prata, iodo, mel, agentes anti-biofilme, novos antibióticos e outras fontes bactericidas como óleos essenciais, e ainda a terapia com recurso a péptidos antimicrobianos, anticorpos monoclonais ou mesmo a terapia fágica poderão servir de complemento ou alternativa para o tratamento de infeções causadas por P. aeruginosa.
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