Hiperatividade/défice de atenção : um olhar psicodinâmico

A intervenção psicofarmacológica e a terapia cognitivocomportamental são as formas de intervenção mais comuns na PH/DA, mas os seus efeitos parecem, em algumas circunstâncias, desvanecer-se com o fim do tratamento. Procurou, a partir da revisão crítica da literatura, esboçar-se um olhar psicodinâmic...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Sargento, José (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2017
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/11067/3448
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.ulusiada.pt:11067/3448
Descrição
Resumo:A intervenção psicofarmacológica e a terapia cognitivocomportamental são as formas de intervenção mais comuns na PH/DA, mas os seus efeitos parecem, em algumas circunstâncias, desvanecer-se com o fim do tratamento. Procurou, a partir da revisão crítica da literatura, esboçar-se um olhar psicodinâmico da conceptualização e intervenção na PH/DA. Os modelos psicodinâmicos tendem a olhar para a PHDA como uma constelação de sintomas que sinalizam um sofrimento da criança e da família, podendo representar uma reação a acontecimentos stressantes, funcionar como uma defesa contra a depressão e angústias de abandono, ou estar presentes nas pré-psicoses e psicoses da criança. Os sintomas tendem a tornar-se rígidos em crianças com dificuldades em organizar e integrar as suas experiências emocionais, muitas vezes em função de distorções na vinculação e nas relações de objeto. A PHDA surge, assim, como a única forma da criança expressar a angústia que não encontra espaço de contenção e mentalização na relação. Neste contexto, a intervenção na PHDA deverá incluir a psicoterapia com a criança - enquanto espaço contentor de construção de competências relacionais e de mentalização – e um trabalho clínico com as famílias. A medicação e a TC têm demonstrado uma relativa eficácia na PHDA. Todavia, estes tipos de intervenção parecem ver desvanecidos os seus efeitos ao longo do tempo. Uma leitura psicodinâmica da criança e da família, mais centrada nas relações e no funcionamento mental subjacente aos sintomas, pode, neste contexto, ser muito útil na compreensão e intervenção com crianças com PHDA.