Resumo: | As remessas de emigrantes e ajuda pública ao desenvolvimento são dois tipos de fluxos que se combinam e estão cada vez mais presentes no dia-a-dia da generalidade dos pequenos países insulares, mormente daqueles que não dispõem de um recurso natural valioso. Um outro fluxo importante é o investimento direto estrangeiro. Esses fluxos externos são vitais ao desenvolvimento dos países em desenvolvimento em geral e, particularmente, dos pequenos Estados insulares (PEI) mas não têm em todos a mesma importância. As remessas de emigrantes são muito significativas no Haiti, no Lesoto, em Cabo Verde e em Benim enquanto em S. Tomé e Príncipe, por exemplo, é o IDE que tem sido crucial. Diferentemente de outros fluxos externos de desenvolvimento, as remessas dos migrantes revelam maior estabilidade e previsibilidade e são canalizadas diretamente para as famílias, que as afetam, prioritariamente, nas suas necessidades mais imediatas de consumo de bens e serviços contribuindo, deste modo, para a redução da pobreza no país de origem dos migrantes. Os argumentos a favor e contra as remessas e a discussão dos efeitos das remessas no crescimento económico contribuíram para vincar a relevância das remessas nos pequenos países em desenvolvimento. Mas em certos PEIVD, uma percentagem importante dos emigrantes na população total corresponde a remessas relativamente pequenas ou irrisórias, pelo que parece haver aqui razões culturais, para além das económicas, a influenciar um menor envio das remessas, como ocorre no caso de S. Tomé e Príncipe. A análise comparada mostra que a economia de Cabo Verde depende das remessas de migrantes para o seu desenvolvimento enquanto a de S. Tomé Príncipe depende do IDE. Como as remessas são vitais para os PEIVD, torna-se essencial a adoção de estratégias que visem atrair mais remessas de emigrantes para a sua economia.
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