Summary: | O interesse pelo fenómeno da sugestionabilidade surgiu com a viragem para o século XX, tendo crescido nos últimos anos. Têm sido muitas as definições propostas para o termo sugestionabilidade, assistindo-se a uma evolução no sentido da criação de concepções mais complexas e amplas. Paralelamente, alguns autores desenvolveram instrumentos específicos de medida da vulnerabilidade à sugestão: Gudjonsson, em 1984 e em 1987, criou duas versões paralelas das Escalas de Suges!ionabilidade de Gudjonsson (GSS- Gudjonsson Suggestibility Scales); em 2001, perspectivando a necessidade de melhorar o acesso à sugestionabilida-de de crianças em idade pré-escolar Scullin e Ceci construíram a VSSC- Vídeo Suggestibility Scale for Children. A relação entre o grau de sugestionabilidade e a idade cronológica dos sujeitos assume-se como a maior controvérsia patente na literatura que contempla o papel da sugestão no relato das testemunhas. De facto, enquanto que alguns autores defendem a precocidade da idade como factor de sugestão, outros argumentam que sujeitos com mais idade podem revelar maior tendência para a sugestionabilidade. Estas divergências têm sido aproximadas e examinadas à luz de aspectos metodológicos inerentes às investigações, orientando- se também esta análise para outros mecanismos que podem explicar a sugestionabilidade. Estes abarcam variáveis de índole biológica, social e cognitiva. Este artigo debruça-se nesta última categoria de variáveis, salientando a necessidade de novos estudos que clarifiquem as relações entre algumas variáveis cognitivas e o grau de sugestionabilidade evidenciado pelos sujeitos.
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