Resumo: | O modelo de desenvolvimento centrado no uso do automóvel e no zonamento funcional, associado a baixas densidade de ocupação do território, mostrou-se profundamente desadequado à resolução dos problemas urbanos, em particular dos problemas específicos dos aglomerados urbanos com relevo acidentado, e contribuiu significativamente para a degradação da qualidade do ambiente e da vida urbana, levando progressivamente ao afastamento entre os locais de residência, trabalho, comércio, serviços e lazer, condicionando fortemente a mobilidade urbana. Partindo-se da premissa de que o sítio e a paisagem contêm em si a génese e o potencial gerador das formas construídas, os quais constituem um recurso, talvez o mais significativo dos aglomerados urbanos em sítios acidentadas, desenvolve-se uma reflexão sobre o modo como o planeamento urbano, ou a falta dele, condiciona a forma, a organização funcional e espacial dos aglomerados urbanos e, consequentemente, o estilo de vida dos seus habitantes. São também abordadas e analisadas um conjunto de questões específicas que se colocam no planeamento urbanístico e na morfologia urbana de sítios com relevo acidentado, procurandose avaliar até que ponto a escolha destes sítios constitui uma mais-valia ou, pelo contrário, uma fatalidade para a qualidade urbanística dos conjuntos urbanos assim como para a mobilidade e a qualidade de vida urbana. Procede-se ainda a um estudo do aglomerado urbano da Guarda, incidindo sobre aspetos como a demografia, a acessibilidade, as condicionantes físicas do território, a evolução da malha urbana desde da idade média à atualidade e ainda a morfologia da cidade contemporânea Tendo-se como objetivo perceber de que forma as políticas de planeamento e as características morfológicas do território, contribuíram para sua a forma e para a atual organização espacial das funções urbanas, analisa-se a influência destes fatores na mobilidade a partir da realização de um inquérito exploratório à população residente na freguesia urbana.
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