Summary: | O final do século XX apresentou-se como um século de viragem, onde são visíveis alterações nas mentalidades e na relação do Homem com a natureza. Esta viragem marca o aparecimento de novos turistas, novas modalidades de turismo e novos percursos, que enfatizam a natureza dos lugares visitados e o consumo de bens naturais e culturais diferenciados. Estas alterações desencadeiam novas territorialidades, nomeadamente nas zonas costeiras. Peniche é um exemplo de adaptação e renovação de território. Novas e antigas formas territoriais coexistem e reajustam-se às novas realidades de consumo. Os desportos de ondas, como o surf, encontram neste território um espaço de excelência para se desenvolverem, o que tem provocado a transformação do território e do modo de vida da comunidade, numa lógica de inovação e tradição. De território piscatório e de veraneio, Peniche é hoje um território de surf. O objetivo deste artigo é refletir sobre as várias funções do território Peniche e analisar o turismo de surf como fonte de reinvenção do território. Para tal recorreu-se a uma revisão bibliográfica e à observação não participante no território de Peniche. Conclui-se que o turismo de surf é um produto dinamizador das áreas costeiras e dos territórios adjacentes e que a aposta em produtos turísticos alternativos ao sol e à praia, baseados nas potencialidades existentes no território – o Mar - é uma alternativa à evolução económica dos espaços e uma verdadeira porta de oportunidades.
|