Resumo: | Objectivo: Avaliar a sensibilidade retiniana (SR) e estabilidade de fixação nos 6º centrais em doentes com Degenerescência Macular Ligada à Idade (DMI) intermédia, correlacionando com as alterações focais correspondentes na retinografia e autofluorescência do fundo (AFF). Material e Métodos: Estudo observacional transversal incluindo doentes com DMI intermédia, avaliados relativamente à SR microperimétrica (MP3Microperimeter, Nidek®) e alterações na AFF e retinografia (Topcon®DRI-OCT). Outras variáveis consideradas foram a estabilidade de fixação, padrão AFF e melhor acuidade visual corrigida (MAVC). Resultados: Foram avaliados 33 olhos de 18 doentes com uma média de idades de 75,55±6,14 anos e uma média de MAVC de 71±9,1 letras (Grelha ETDRS modificada). A SR média foi 21,9±5,04dB e a área elipsóide de contorno bivariado(BCEA) de 99,6% dos pontos de fixação avaliados foi de 13,61±9,51º2, com 30,3% dos olhos revelando uma fixação relativamente instável. Relativamente à análise individual dos pontos retinianos avaliados, num total de 561, foi identificada uma diminuição mais acentuada da SR em pontos com hipoautofluorescência (17±8,3dB) e hiperautofluorescência (13,06±6dB), comparando com pontos de AFF sem alterações (9,6±4,6dB) (p<0.001). Conclusões: As alterações na AFF parecem estar intimamente relacionadas com a diminuição da SR focal respetiva. A MAVC poderá ser insuficiente na avaliação funcional da retina de doentes com DMI intermédia, já que a maioria destes já poderá apresentar alguma instabilidade de fixação e múltiplas alterações focais de SR nos 6º centrais, com uma MAVC relativamente satisfatória. A microperimetria poderá ser uma mais-valia no seguimento destes doentes, como uma ferramenta de avaliação funcional, em associação com a avaliação estrutural qualitativa da AFF.
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