| Summary: | A Paralisia Cerebral é definida como uma perturbação funcional do Sistema Nervoso Central, consequência de lesão neurológica ocorrida nos primeiros anos de vida. Acarreta distúrbios em relação à mobilidade, coordenação motora geral ou da fala. Uma criança com Paralisia Cerebral apresenta um intricado desenvolvimento linguístico, dificultando a expressão oral e o registro de escrita. A linguagem é a forma usada para expressar os nossos sentimentos, desejos, necessidades, pensamentos, de interagirmos com o mundo e de nos construirmos por meio de aprendizagens essenciais à vida. Este estudo apresenta um relato de experiência decorrente de uma pesquisa qualitativa no âmbito de doutoramento no Programa em Ensino em Biociências e Saúde (Instituto Oswaldo Cruz-Fiocruz). A pesquisa envolve estudantes com Paralisia Cerebral, a formação de professores de apoio e a Comunicação Alternativa, permeada pela abordagem da Neuroeducação. A experiência vivenciada no ano de 2017 integra dois alunos matriculados no 1º ano do Ensino Fundamental e dois docentes de apoio do Município de Niterói – Estado do Rio de Janeiro/ Brasil, na Fundação Municipal de Educação. Tem por objetivo discutir os artefactos educativos de Comunicação Alternativa, que possibilitam o acesso às linguagens oral e escrita pelos discentes com Paralisia Cerebral. A recolha de dados dos participantes realizou-se por meio de observação do trabalho docente no atendimento ao aluno, registro de fotos e filmagens das intervenções pedagógicas e anotações em caderno de campo sobre as ações e resultados na aprendizagem de cada aluno após a utilização dos artefactos. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi adotada a metodologia da pesquisa-ação. Assim, a caminhada metodológica foi marcada pelo diálogo com todos os envolvidos no estudo. O uso dos artefactos educativos de Comunicação Alternativa com o aluno com Paralisia Cerebral são um dos caminhos para que a comunicação se efetive com os seus pares, favoreça a construção do seu saber e, consequentemente, o impulsione a atuar com independência e autonomia no cenário escolar. Os resultados apontam a Comunicação Alternativa como artefacto alternativo e propulsor de futuras ações de ensino/aprendizagem para estudantes com Paralisia Cerebral.
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