'Não sou mesmo uma feminista?' A Política do Corpo em O Alegre Canto da Perdiz, de Paulina Chiziane

Este artigo propõe uma leitura do romance de Paulina Chiziane, O Alegre Canto da Perdiz (2008), a partir da conflitualidade entre classe, gênero e raça, enquanto conceitos social e culturalmente construídos. Questionarei a possibilidade de este romance ser a nova expressão de uma écriture féminine (...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Teixeira, Ana Luísa Valente Marques (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2014
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10071/7734
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/7734
Descrição
Resumo:Este artigo propõe uma leitura do romance de Paulina Chiziane, O Alegre Canto da Perdiz (2008), a partir da conflitualidade entre classe, gênero e raça, enquanto conceitos social e culturalmente construídos. Questionarei a possibilidade de este romance ser a nova expressão de uma écriture féminine (CIXOUS, 1975) em Moçambique, defendendo que: 1. existe uma abordagem intencional ao conceito de “falocentrismo” (DERRIDA, 1993) através de uma (re)escrita do corpo feminino; 2. Chiziane desenvolve o jogo entre uma concepção particular e uma concepção universal (WITTIG, 1983) do conceito “mulher”; 3. é atribuído um significado simbólico à condição de mãe (KRISTEVA, 1980), que se transforma numa fonte subliminar de opressão; 4. é possível perceber a presença de uma expressão lésbica de amor, já que o texto dá forma ao conflito entre a rendição a uma heterossexualidade imposta (“compulsory heterosexuality”. RICH, 1980) e a necessidade de resistir e lutar contra a opressão da mulher que daí resulta.