Summary: | A presente dissertação tem como objecto de estudo a arquitectura dos espaços funerários. Para tal, foram eleitas três tipologias de cemitérios construídas na segunda metade do século XX e que se constituem como casos de estudo: o cemitério da tradição de Carlo Scarpa; o cemitério cidade de Aldo Rossi e o cemitério paisagem de Enric Miralles. A investigação procura enquadrar os fundamentos da arquitectura que os três arquitectos revelam ao pensar e construir três espaços de ausência (física) e da memória (culto religioso). Os cemitérios, percorridos pelos vivos, são ocupados pelos mortos. Estes são espaços com um carácter específico da relação entre a vida e a morte nos quais se condensa parte da história humana. Neste sentido é possível afirmar que estes espaços constituem, nas suas diversas dimensões, cidades cujo objectivo é o de perpetuar a memória. Representam, desde sempre, um facto arquitectónico singular, suportados nas suas próprias lógicas de organização e planeamento que revelam os diversos níveis de estratificação das sociedades onde são construídos. Abordar a arquitectura funerária, pressupõe investigar as questões matriciais que estiveram e estão na génese desta tipologia, da ideia generativa até ao momento da sua construção. Nesta investigação considera-se relevante proceder à leitura crítica de um conjunto de projectos que estruturam uma configuração específica, materializada desde a ideia até à formalização/construção dos mesmos. São propostas que se constroem em territórios singulares e configuram objectos arquitectónicos distintos nos seus fundamentos propositivos.
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