Resumo: | A presente tese expõe uma abordagem baseada na identidade social para explicar acções colectivas praticadas por grupos em desvantagem social consideradas pela maioria em vantagem social como mais problemáticas (i.e., destrutivas/danosas/violentas). Propomos que o comportamento destrutivo, e respectivas emoções negativas, não são meras expressões de conflito intergrupal, sendo antes respostas a acções praticadas pela maioria em vantagem percepcionadas pela minoria em desvantagem como transgressões que violam standards mínimos (por comparação a standards máximos), standards esses estabelecidos por categorias supra-ordenadas. Resultados de dois estudos de campo (Estudo 1 com imigrantes em Portugal e Estudo 2 com fumadores) e dois estudos experimentais laboratoriais nos quais se recorreu a um jogo virtual (Estudos 3 e 4) corroboram, em geral, as nossas hipóteses: A percepção de violação de standards mínimos conduz a emoções negativas e a comportamento destrutivo. Os Estudos 3-4 revelam que estas percepções são mais prováveis no caso de exclusão social (em comparação com formas mais benignas de privação, i.e., marginalização), sugerindo uma mediação em cadeia desde a exclusão até ao comportamento destrutivo, via percepção de standards mínimos e emoções negativas. Inesperadamente, a mediação via emoções negativas foi parcial, sugerindo uma ligação directa entre violação de standards mínimos e comportamento destrutivo. Também inesperadamente, ser marginalizado já conduz a emoções negativas (Estudos 2-3), mas não a comportamento destrutivo. Resultados do Estudo 1 sugerem que a identificação com categorias supra-ordenadas promove percepções de standards como mínimos e emoções negativas quando estes são violados, podendo também atenuar as intenções de recorrer a acções destrutivas.
|