A escultura cerâmica regionalista do Arquipélago dos Açores

Nos finais do século XIX, o porto artificial de Ponta Delgada (17.079 hab., em 1890 - ALMEIDA, 1893a: 159) situado estrategicamente no meio do Atlântico e servindo de apoio às redes de comércio transoceânicas, era escalado anualmente por centenas de navios de longo curso, a vapor e à vela, trazendo...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Martins, Rui de Sousa (author)
Format: article
Language:por
Published: 2010
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.3/429
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.uac.pt:10400.3/429
Description
Summary:Nos finais do século XIX, o porto artificial de Ponta Delgada (17.079 hab., em 1890 - ALMEIDA, 1893a: 159) situado estrategicamente no meio do Atlântico e servindo de apoio às redes de comércio transoceânicas, era escalado anualmente por centenas de navios de longo curso, a vapor e à vela, trazendo numerosos viajantes e turistas ávidos de conhecer os afamados jardins particulares e as paisagens luxuriantes e vulcânicas da ilha de São Miguel (746,8 Km2). No ano de 1899, os passageiros com alguns dias para realizar excursões e visitas passavam obrigatoriamente pela Livraria e Papelaria Travassos, estabelecida na animada zona central da cidade, no lado Norte da Igreja Matriz de S. Sebastião. Aí podiam cambiar dinheiro e adquirir mapas da ilha e do arquipélago açoreano, o utilíssimo Guia do Viajante da Ilha de São Miguel (SOTTO MAYOR, 1899), edição ilustrada, com texto em português e inglês, assim como algumas recordações do pitoresco universo insular: fotografias e postais ilustrados com os aspectos mais importantes da ilha, um álbum com vinte e quatro paisagens micaelenses, impresso na Alemanha, e cerâmicas de uma especialidade de barro vermelho com apparencia de terre cuite em jarras, murings e outros pequenos objectos muito procurados pelos touristes, entre os quais se destacavam curiosas figuras representando costumes populares de São Miguel (pottery costumes). O gosto culto dos visitantes, seduzidos pelo antigo, pelo popular e pela diferença exótica local, descobria na louça vermelha polida as formas puras herdadas da Antiguidade, a beleza da terra sigillata dos Romanos e deixava-se fascinar pelas representações dos singulares costumes locais. [...]