Summary: | Já há muito que os Cuidados Respiratórios Domiciliários (CRD) têm-se apresentado como sendo uma solução eficaz e confortável para as necessidades de saúde de doentes com patologias respiratórias que requerem maiores cuidados. A questão é como fornecer um nível adequado de cuidados com custo-efetividade considerando a comparticipação por estes cuidados de saúde e a sustentabilidade dos prestadores. Tendo o envelhecimento da população e a crescente prevalência de doenças respiratórias em mente, é necessário encontrar soluções sustentáveis para proporcionar cuidados adequados aos doentes crónicos respiratórios. O objetivo deste estudo consiste em avaliar se o modelo atual dos CRD em Portugal é implementado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) de forma efetiva e ainda avaliar se existem modelos econômicos alternativos que apresentam maior efetividade. Entende-se por efetividade a relação de equilíbrio entre a Despesa Publica e a sustentabilidade das empresas fornecedoras tendo um elevado nível de qualidade de serviço aos doentes em consideração. Para além de considerar indicadores sociodemográficos para confirmar o contexto, avaliaram-se as teorias econômicas de John Keynes e Milton Friedman, a Economia Pública e a teoria económica do Monetarismo no que se refere ao papel do Estado nas despesas de saúde, neste caso, para os CRD. As teorias da oferta e procura de John Keynes foram utilizadas para compreender a reação dos jogadores perante alterações nos níveis de preços. Uma análise complementar sobre as curvas de custos ajudou a chegar a uma conclusão teórica sobre o nível de preços e da sustentabilidade. A aplicação da teoria dos jogos de John Nash no contexto dos CRD e a criação de uma matriz sobre prováveis ganhos (pay-offs) para os modelos econômicos atuais e alternativos para os CRD em Portugal foram utilizados para testar se o atual modelo econômico baseado num mercado aberto é o mais adequado para todos os jogadores ou se possíveis modelos económicos alternativos seriam mais favoráveis. Estas abordagens e avaliações levaram a uma conclusão teórica de que o atual modelo económico de um mercado aberto, assente na comparticipação pública é aquele que proporciona resultados ótimos para todos os jogadores no que se refere à poupança das despesas de saúde pública, à sustentabilidade dos prestadores e à satisfação dos doentes. Estas conclusões são importantes para confirmar que o modelo económico atual é o mais custo-efetivo. Acrescenta-se que estas conclusões podem tornar-se mais relevantes com o acesso a indicadores financeiros. Outras necessidades também foram identificadas, tais com a otimização de tecnologia. A conclusão mais importante é que a Saúde Pública assente num modelo de mercado aberto é a mais eficaz quando se consideram a poupança de despesas de saúde, a sustentabilidade empresarial e a satisfação dos doentes.
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