Qualidade da Informação Contida nas Referenciações dos Cuidados de Saúde Primários para a Consulta de Psiquiatria

Introdução: Em Portugal, os médicos de fa- mília são a principal fonte de referenciação de casos para os serviços de saúde mental. A qua- lidade da referenciação pode ter consequên- cias, tanto para o médico de medicina geral e familiar que referencia o utente, como para o psiquiatra que o irá receb...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Lopes, M (author)
Outros Autores: Reis, T (author), Ramos, J (author), Góis, J (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.10/2170
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.hff.min-saude.pt:10400.10/2170
Descrição
Resumo:Introdução: Em Portugal, os médicos de fa- mília são a principal fonte de referenciação de casos para os serviços de saúde mental. A qua- lidade da referenciação pode ter consequên- cias, tanto para o médico de medicina geral e familiar que referencia o utente, como para o psiquiatra que o irá receber, e sobretudo para o utente referenciado. Objetivos: Avaliar a qualidade da informação contida nas cartas de referenciação das uni- dades de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central para a consulta de psiquiatria do Hospital do Espíri- to Santo de Évora (HESE); determinar a fre- quência dos grandes grupos de perturbações psiquiátricas apontados como hipóteses diag- nósticas na referenciação. Métodos: Estudo observacional descritivo transversal. Foram incluídas todas as refe- renciações correspondentes ao período entre dezembro de 2013 e maio de 2014. Os docu- mentos de referenciação foram analisados em termos de estrutura e conteúdo, tendo em conta os critérios de referenciação descritos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Foi determinada a frequência dos grandes grupos de perturbações psiquiátricas, defini- dos no manual de codificação Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM5), apontadas como hipóteses diagnósticas na referenciação. Resultados: Das 245 cartas de referenciação analisadas, 220 foram incluídas no estudo. Apenas 2,27% das referenciações tinham os onze campos definidos na plataforma Alert P1 ® (Alert Life Sciences Computing) devida- mente preenchidos. Em 35% das referencia- ções não foi identificado qualquer critério que justificasse o encaminhamento. A falência terapêutica constituiu o critério mais apontado, estando presente em 30,91% das cartas de referenciação. Os quadros depressivos e an- siosos são os mais referenciados à consulta de psiquiatria. Conclusões: Os resultados evidenciaram a importância de sensibilizar os Médicos de Fa- mília para um correto e completo preenchi- mento do guia de referenciação da plataforma Alert P1 ® . É imperiosa a necessidade de definir e implementar critérios de referenciação em Portugal que possibilitem uma melhoria da comunicação entre cuidados de saúde primá- rios e secundários no âmbito da Saúde Mental.