Resumo: | Em portugal, a investigação sobre a temática da discriminação no local de trabalho associada à “orientação sexual” é praticamente inexistente. neste artigo, partindo das histórias de vida de um conjunto de mulheres, ilustram-se as suas avaliações dos riscos de revelação do homo-erotismo no domínio profissional, onde a adoção de estratégias de ocultação é mais frequente, estando dependentes do tipo de contrato, do setor de atividade, da permanência no local de trabalho, do ambiente de trabalho e do ethos pessoal. Os resultados sugerem, ainda, que as estratégias de prevenção e disfarce estão relacionadas entre si e inversamente relacionadas com o uso de estratégias de integração. Os resultados discutidos referem-se a uma investigação de caráter exploratório, devendo ser vistos com cautela. As características do objeto empírico, que apresenta uma concentração no intervalo de idades situado entre os trinta e os trinta e nove anos, bem como nas frações de classe superiores constituem, igualmente, limites a considerar. Em todo o caso, abrem-se pistas que apontam para a necessidade de desenvolver investigações que permitam aprofundar a ação das variáveis explicativas sugeridas no que respeita, nomeadamente, à perceção dos riscos de discriminação e da própria presença de fenómenos de discriminação em função da “orientação sexual” em contexto profissional.
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