Summary: | O presente trabalho aborda um estudo que procurou compreender as perspetivas dos professores e alunos sobre os Trabalhos Para Casa (TPC) em Ciências Naturais, no 2.º Ciclo do Ensino Básico e que foi desenvolvido no âmbito do Mestrado em Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico e de Matemática e Ciências Naturais do 2.º Ciclo do Ensino Básico, na Escola Superior de Educação de Viseu. Para o efeito, recorreu-se ao inquérito por questionário e à entrevista na modalidade de focus group. Os questionários foram aplicados a uma amostra de 13 professores do 5.º e 6.º anos de escolaridade do concelho de Viseu e a 369 alunos, na sua grande maioria, com idades compreendidas entre os 10 e os 12 anos. A entrevista, subsequente a uma atividade experimental como TPC, foi realizada a quatro grupos de alunos de uma turma do 5.º ano. Os resultados revelaram que os professores solicitam semanalmente TPC nesta disciplina, considerando-os muito importantes para o processo de ensino-aprendizagem. Verificou-se que a maioria dos TPC tem origem no manual escolar, em consonância com o que sucede noutras disciplinas. Os profissionais revelaram estar cientes de que os seus alunos estão a perder o entusiasmo e interesse pelos TPC, mas a grande pressão causada pelos programas e até pelos próprios pais, que tendem a avaliar o professor pela quantidade de TPC que solicitam, tem prejudicado o modo, o tipo e a quantidade de TPC que requerem. Relativamente aos alunos, na sua maioria, apurou-se que realizam os TPC e também os consideram importantes, uma vez que os ajudam a estudar, aumentam a curiosidade e melhoram os seus hábitos de estudo. As tarefas que realizam com maior frequência e aquelas que os professores também solicitam mais vezes são as fichas do manual escolar. Contudo, através da entrevista, pudemos constatar que os alunos reagem com mais entusiasmo e motivação a TPC inovadores, fora do contexto tradicional. Como se evidenciou, os discentes preferem TPC em que desempenhem um papel ativo, que façam sentido e impliquem uma maior iniciativa e protagonismo da sua parte, no processo de ensino-aprendizagem.
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