A transumância para o Montemuro: um pretexto para o desenvolvimento rural

Desde tempos remotos que se verificam deslocações sazonais de gado na Europa Mediterrânea. A este movimento alternativo e periódico dos rebanhos entre duas regiões oroclimáticas distintas, é designado por transumância. A uma fase primitiva de nomadismo, caracterizada por deslocações que arrastavam c...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Sousa, Joaquim Soares de (author)
Other Authors: Oliveira, Jorge (author), Jesus, Lúcia de (author), Martinho, Vítor (author)
Format: article
Language:por
Published: 2010
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.19/432
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ipv.pt:10400.19/432
Description
Summary:Desde tempos remotos que se verificam deslocações sazonais de gado na Europa Mediterrânea. A este movimento alternativo e periódico dos rebanhos entre duas regiões oroclimáticas distintas, é designado por transumância. A uma fase primitiva de nomadismo, caracterizada por deslocações que arrastavam consigo homens, animais e toda a comunidade, sucedeu uma outra, mais racional e organizada que, como referem Oliveira e Silva (2000b), é uma “forma de assegurar a alimentação dos animais e de garantir os rendimentos numa altura do ano em que os criadores não dispunham de recursos, face à escassez de pastagens, como consequência dos rigores do clima”. Morais (1998) designa movimentos deste género como “deslocações caminheiras dos gados” e distingue-os consoante se trata de uma forma esporádica e de improviso ou se se traduz numa forma cíclica e organizada. A primeira forma relacionase com o carácter sanitário aquando de epizootias (“cura por mudança de ares”). Quanto à forma cíclica e organizada, Morais (1998) divide-a em transumância propriamente dita e transterminância. A primeira destas está relacionada com deslocações de assinalável importância no espaço e no tempo. Já a transterminância, denominação também usada por outros autores (García e Gándaras, 2004 e Martín, 1991), refere-se a deslocações ocorridas entre “termos” vizinhos ou muito próximos que poderiam incorrer no pagamento do “imposto de montado” (Morais, 1998) ou no pascigo desses “termos” de forma gratuita (por acordos).