Misérables, infortunées, et reines parfois: femmes artistes portugaises en marge (XIXe-XXe siècles)

Sujeitos e objectos de desatenção, às vezes de desprezo, as pintoras e escultoras portuguesas e as obras que produziram no século XIX e início do XX, surgem, ou surgiram, muitas vezes à margem da História. Outras artistas há na outra banda, implantadas à força pela sua origem e nascimento. Que marge...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Leandro, Sandra (author)
Formato: article
Idioma:fra
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10174/25825
País:Portugal
Oai:oai:dspace.uevora.pt:10174/25825
Descrição
Resumo:Sujeitos e objectos de desatenção, às vezes de desprezo, as pintoras e escultoras portuguesas e as obras que produziram no século XIX e início do XX, surgem, ou surgiram, muitas vezes à margem da História. Outras artistas há na outra banda, implantadas à força pela sua origem e nascimento. Que margens são estas? Como se podem atravessar? Orlam que caudal? Neste artigo, em idioma francês, são abordadas a vida e obra de várias mulheres artistas tentando apurar as causas dos diversos tipos de marginalidades que as suas trajectórias desenharam: pela sua condição geográfica, porque cometeram um crime, pela opção de se automarginalizarem, porque eram questionadas devido à sua orientação sexual, porque não tiveram descentes que lhes protegessem a memória, entre outras razões que importa compreender e ver de perto. Josefa Greno (1850-1902) com a sua história de amor fatal e de libertação através da Pintura, será um dos casos de estudo. Aprendendo o ofício por via autodidacta, o seu percurso torna claros os preconceitos de um tempo longo. A trajectória complexa e interessante da Rainha D. Amélia d’Orléans (1865-1951) será também alvo de atenção e a automarginalização de Isabel Boaventura (1870-1925) um outro exemplo. Neste último caso terá sido escolha pessoal nunca exibir a sua pintura? O que leva alguém a aparentemente optar pelo silêncio e pela invisibilidade? Na época que viveu, várias mulheres exibiam trabalhos nas exposições do Grémio Artístico, mais tarde na Sociedade Nacional de Belas-Artes, e também nas salas que alguns fotógrafos cediam. Porque não o fez? Pode-se imaginar que a sua índole era recatada, mas nunca se desvendarão totalmente as razões. Estudaremos estes e outros percursos que urge inscrever e integrar, de facto, numa História mais inteira, sobretudo tendo em conta os casos excepcionais pois «materializar uma fuga à norma tem enorme potencial atractivo».