| Summary: | Introdução/justificação A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma condição inflamatória do trato gastrointestinal e afeta milhões de pessoas em todo o mundo, que além de alterações físicas implica alterações psicológicas para a pessoa (Ribeiro, 2014). A cronicidade, a imprevisibilidade, os sintomas e os sentimentos de impotência vivenciados pela pessoa com DII, geram um impacto significativo na saúde mental e predispõem a manifestações de fadiga, dor, vergonha e isolamento, manifestações que originam elevado nível de stress (Graff, Walker & Bernstein, 2009 citado por Danesh, Gholamrezaei, Torkzadeh, Mirbagher, Soluki & Emami, 2015). Deste modo, o enfermeiro poderá realizar intervenções autónomas efetivas que visem a promoção da utilização de estratégias de coping na adaptação ao stress e na melhoria da qualidade de vida (QdV). Objetivos Este estudo teve como objetivos: identificar os níveis de stress na pessoa com DII; identificar as estratégias de coping mais utilizadas; determinar a influência do stress e das estratégias de coping na QdV na pessoa com DII e averiguar as intervenções de enfermagem, no âmbito da saúde mental, que contribuem para a diminuição do stress e para a utilização de estratégias de coping adaptativas. Metodologia Recorreu-se à estratégia P[I][C]OD na elaboração das questões de investigação (QI): "Qual a influência do stress e das estratégias de coping na QdV da pessoa com DII?"; "Quais as intervenções de enfermagem, no âmbito da saúde mental, que contribuem para a diminuição do stress e a adoção de estratégias de coping adaptativas, em pessoas com DII?''. A pesquisa realizou-se nos motores de busca: EBSCO e B-on de 23 abril a 10 maio de 2018, utilizando os descritores (MESH): Inflammatory Bowel Disease; Physiological Stress; Coping Behavior; Psychological Adaptation; Quality of Life; Nursing Care e Nurse's Role. Foram incluídos estudos publicados entre 2012-2018; idiomas: português, inglês, francês e espanhol; disponíveis em texto completo. Foram selecionados 7 artigos para amostra. Resultados Os resultados mostraram que pessoas com DII apresentam níveis de stress significativos, quando comparados com a população geral. As estratégias de coping mais utilizadas pela pessoa com DII foram as focadas na emoção. Paralelamente evidenciou-se que a utilização de estratégias de coping desadaptativas provoca o aumento dos níveis de stress psicológico e tem impacto significativo na saúde psicológica, originando elevadas taxas de ansiedade e depressão. Também os níveis de stress, as estratégias de coping desadaptativas e a sintomatologia ansiosa e depressiva influenciam negativamente a QdV de pessoas com DII. A pesquisa não revelou evidência científica publicada que responda à segunda QI. Conclusões Conclui-se que os níveis de stresse, a utilização de estratégias de coping desadaptativas e a ocorrência de ansiedade e depressão influenciam negativamente a QdV de pessoas com DII. Salienta-se que estes resultados não são generalizáveis considerando alguns desenhos de estudo e tipo de amostragem. Apesar de existir um vasto campo de intervenção autónoma do enfermeiro, não existe evidência científica publicada, que sustente quais as intervenções de Enfermagem, no âmbito da Saúde Mental, que contribuem para a diminuição do stress e para a adoção de estratégias de coping adaptativas na pessoa com DII.
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