Summary: | É consensual que a escolha dos usos mais adequados às aptidões edafo-climáticas, complementada com critérios socioeconómicos, promove uma utilização sustentável dos espaços rurais. Existem, no entanto, diferentes metodologias utilizadas para a definição da capacidade e potencialidade do solo para a implementação de usos agroflorestais ou para a manutenção de ecossistemas naturais e seminaturais, nomeadamente culturas agrícolas, povoamentos florestais, territórios agro-silvo-pastoris e áreas prioritárias para a conservação da natureza. Muitas dessas metodologias recorrem a sistemas de apoio à decisão, baseados na análise espacial multicritério. Neste estudo pretendeu-se determinar os diferentes níveis de aptidão para as espécies florestais mais representativas da região centro de Portugal. Para o efeito recorreu-se a um conjunto de variáveis climáticas, edáficas e topográficas, tendo como base um modelo digital do terreno, cartografia de solos e cartografia fitossociológica e biogeográfica. Paralelamente, foram recolhidos dados das normais climatológicas de várias estações meteorológicas para o cálculo de índices bioclimáticos. Foi, ainda, utilizada uma abordagem estocástica, na estimativa dos valores dos índices bioclimáticos ensaiados, e discutidos os resultados no contexto da incerteza espacial associada. Por fim, a avaliação da aptidão das espécies florestais consideradas foi efetuada com recurso ao método de análise espacial multicritério Analytic Hierarchy Process (AHP) metodologia que permite a exploração da aptidão natural do território, contribuindo para uma reflexão sobre a adequação das ocupações atuais e futuras face à capacidade de carga do meio. Do ponto de vista instrumental, a exploração da metodologia pode assumir um interesse como auxiliar para os agentes da administração pública com funções na área do planeamento e gestão do território.
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