| Resumo: | A faixa costeira do barlavento algarvio conhecida por Costa Vicentina apresenta características naturais únicas e de inegável beleza paisagística. Integrada hoje no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, encontra-se classificada como zona ecológica protegida, estando, por isso, impedida a construção, no seu interior, de novos edifícios de raiz. Esta limitação, justificada em termos da preservação ambiental, deixa, contudo, aos visitantes, admiradores da natureza, que desejem conhecê-la e apreciá-la, a única alternativa de empreenderem longas e cansativas caminhadas — o que poderá não ser a melhor via para atrair este tipo de turistas. Neste quadro, um repto importante lançado à gestão do crescimento turístico é saber como podem ser mantidos os equilíbrios da qualidade ambiental sustentada sem deixar se estimular a indústria turística. Parte-se da hipótese de que, obedecendo a determinadas condições, é possível instalar num meio de natureza selvagem um certo tipo de habitação refúgio que, em si mesmo, não constitui uma forma de agressão ao ambiente. Assim, o objectivo desta dissertação centra-se na concepção de um Refugio da Natureza para cuja construção se recorre a peças pré-fabricadas em madeira e cortiça, previamente feitas em instalação fabril existente à distância, como forma de minimizar os impactos ambientais. A linha de investigação percorre os seguintes campos: (1) enquadramento do lugar selecionado para o estudo; (2) importância do valor estético da paisagem; (3) esse mesmo valor tomado como factor de atracção turístico; (4) existência efectiva de um segmento turístico motivado para procurar a natureza; (5) problemática da sustentabilidade e da ética do ambiente; (6) a arquitectura modular face a outros processos construtivos; (7) a pré-fabricação de habitação-refúgio para eco-resorts; (8) finalmente, o caso de estudo, o Habitéco como habitação-refúgio.
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