The angel, the martyr and the whore: Elizabeth Gaskell´s female trinity

Os dois romances mais polémicos de Elizabeth Gaskell, Mary Barton e Ruth, giram em torno de personagens femininas que representam, respectivamente, a plena aceitação e a recusa incipiente do senso comum vitoriano. Em Mary Barton, dois estereótipos coexistem: a mulher-anjo (Mary) e a prostituta (Este...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Sarmento, Clara (author)
Format: article
Language:eng
Published: 2017
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.14/21546
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/21546
Description
Summary:Os dois romances mais polémicos de Elizabeth Gaskell, Mary Barton e Ruth, giram em torno de personagens femininas que representam, respectivamente, a plena aceitação e a recusa incipiente do senso comum vitoriano. Em Mary Barton, dois estereótipos coexistem: a mulher-anjo (Mary) e a prostituta (Ester). O romance retrata os perigos trazidos pela independência económica e laboral para as jovens trabalhadoras fabris, bem como a degeneração até à morte a que todas as mulheres ‘caídas’ estão condenadas. Mas, por vezes, ambos os estereótipos parecem coincidir num só personagem, criando um ser humano real, em vez de um simples dispositivo didáctico. A discreta revolução de Gaskell surgirá em Ruth, com o seu incómodo exercício de solidariedade para com as mulheres abandonadas e as mães solteiras. O destino de Ruth teria sido em tudo semelhante ao de Ester, se Elizabeth Gaskell não tivesse tido a coragem generosa de subverter as regras. Ruth ‘peca’, mas o seu percurso até à morte redentora não é de vício e degeneração, mas sim de penitência e virtude. Mostrando sem questionar, a autora expressa o conflito entre a natureza humana e as regras sociais, que no entanto ainda saem vencedoras