Os Estatutos da Faculdade de Matemática, aquando da sua criação pela Reforma Pombalina da Universidade de Coimbra em 1772

Após a expulsão dos jesuítas em 1759, foi criado o Colégio dos Nobres (inaugurado em 1766) para a educação dos jovens. Um dos impulsionadores da criação do referido colégio foi Ribeiro Sanches, cujas ideias eram revolucionárias no quadro da educação do país. As ideias que Ribeiro Sanches tinha sobre...

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Bibliographic Details
Main Author: Figueiredo, Fernando José Bandeira de (author)
Format: article
Language:por
Published: 2011
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.19/628
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ipv.pt:10400.19/628
Description
Summary:Após a expulsão dos jesuítas em 1759, foi criado o Colégio dos Nobres (inaugurado em 1766) para a educação dos jovens. Um dos impulsionadores da criação do referido colégio foi Ribeiro Sanches, cujas ideias eram revolucionárias no quadro da educação do país. As ideias que Ribeiro Sanches tinha sobre uma reforma urgente do ensino inspirariam também a Reforma da Universidade. Para a referida Reforma foi criada uma comissão presidida pelo Marquês de Pombal - Junta de Providência Literária - da qual faziam parte D. Francisco de Lemos (o Reformador-Reitor da Universidade, por despacho, em 1770), entre outros. Esta comissão tinha como objectivo analisar o estado do ensino até à data e criar os Novos Estatutos da Universidade. Desta comissão saiu um documento, que seria apresentado ao Rei com o objectivo de legitimar a reforma da Universidade - "Compêndio Histórico acerca dos prejuízos causados à Universidade pelos jesuítas" . A elaboração e a redacção dos Estatutos da nova Faculdade de Matemática foi entregue a um ex-jesuíta, Monteiro da Rocha, que viria a ser professor da cadeira de Ciências Físico-Matemáticas e, mais tarde, professor de Astronomia e director do Observatório da Universidade. José Silvestre Ribeiro, na sua obra "História dos Estabelecimentos Científicos, Literários e Artísticos de Portugal ao longo das sucessivas Monarquias", refere-se aos Estatutos de 1772 como sendo estes, "...não só um admirável trabalho literário e cientifico, mas também uma bela obra de moral e um excelente expositor de ditames da mais apurada justiça". Os Estatutos, no seu Livro III - Parte Segunda, debruçam-se sobre a Faculdade de Matemática e do seu Curso Matemático. É sobre os Estatutos da Faculdade de Matemática que se debruçará este artigo.