Summary: | Este estudo foi idealizado com o propósito de analisar a diferença no grau de mudança de atitude, caso exista, quando as pessoas são expostas a um argumento contra-atitudinal com uma conclusão contrafactual e ao mesmo argumento mas com um desfecho causal. Para tal, foi concebido um design experimental ancorado no Elaboration Likelihood Model, no qual foi manipulada a disponibilidade de recursos cognitivos para a interpretação de um argumento persuasivo. Um conjunto de 90 estudantes do primeiro ano da Licenciatura em Ciências Psicológicas, responderam a um questionário no qual teriam de assinalar o seu grau de concordância fase a cinco afirmações relacionadas com a justiça portuguesa e, após a leitura de um argumento contra-atitudinal cuja conclusão variava entre contrafactual, causal, ou sem conclusão, teriam de voltar a explicitar a sua atitude face ao mesmo tema, em cinco frases que, embora semanticamente diferentes, tinham o mesmo conteúdo das anteriormente respondidas. Adicionalmente, os participantes eram convidados a preencher uma lista de pensamentos que lhes ocorra naquele momento. O tratamento estatístico foi baseado numa ANOVA de medições repetidas mista. Os resultados obtidos não revelaram diferenças entre qualquer um dos grupos formados, e nem entre condições experimentais (com e sem recursos cognitivos), para um p-value de 0,05. Estamos em crer que estes resultados contrários às hipóteses formuladas, se deveram ao tema escolhido para a concepção do material; aparentemente, a atitude face à justiça em Portugal é tão negativa que não há argumentos que possam reverter esta avaliação. Esta conclusão foi sustentada no teor da listagem de pensamentos efectuada pelos participantes.
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