Quedas nos indivíduos após acidente vascular cerebral: estaremos a utilizar os melhores instrumentos para avaliar o risco?

Introdução: As quedas são muito comuns após acidente vascular cerebral (AVC). A identificação e a caracterização do risco de queda permitem adaptar a reabilitação e propor medidas adaptadas a cada indivíduo, a fim de minimizar o risco e diminuir a ocorrência efetiva das quedas. Objetivos: Avaliar o...

ver descrição completa

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Correia, Anabela (author)
Outros Autores: Pimenta, Carla (author), Alves, Marta (author), Virella, Daniel (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2021
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.21/12838
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.ipl.pt:10400.21/12838
Descrição
Resumo:Introdução: As quedas são muito comuns após acidente vascular cerebral (AVC). A identificação e a caracterização do risco de queda permitem adaptar a reabilitação e propor medidas adaptadas a cada indivíduo, a fim de minimizar o risco e diminuir a ocorrência efetiva das quedas. Objetivos: Avaliar o risco de queda após AVC em indivíduos residentes na comunidade e explorar alguns dos fatores que influenciam esse risco. Metodologia: Estudo transversal com estudo de caso-controle, em indivíduos com marcha autónoma, referenciados para fisioterapia ambulatória com tempo de instalação do AVC inferior a 12 meses. Foi estudada uma amostra consecutiva de indivíduos referenciados durante 5 anos. Aplicou-se a Motor Assessment Scale (MAS), a Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e o Timed Up and Go Test (TUG). Foram considerados como identificando risco de queda os valores de EEB≤45 e/ou TUG>14. Os episódios de queda ocorridos após o AVC foram inquiridos e registados. Foi avaliada a capacidade de discriminação da estimativa e exploraram-se modelos explicativos por regressão logística multivariável. Resultados: Foram estudados 167 indivíduos entre 21 e 87 anos (mediana 66), 69 mulheres (41,3%); em 133 (79,6%) o AVC tinha ocorrido há menos de 6 meses. Foi identificado risco de queda em 139 (83,2% [IC95% 76,84 - 88,14]) e 78 relataram episódios efetivos de queda (46,7% [IC95% 39,30-54,26]). A capacidade de discriminação da estimativa pela EEB≤45 e/ou TUG>14 foi de 55% (IC95% 47,5-62,4). Não se identificou um modelo preditivo dos indivíduos que referiram quedas. O modelo multivariável para a estimativa do risco para quedas identificou o género feminino e ser mais velho como promotores do risco e uma melhor capacidade funcional (avaliada pela MAS) como protectora. A MAS, por si só, discriminou os indivíduos que referiram quedas com AUC 0,69 (IC 95% 0,60-0,77). Conclusões: O risco de quedas após AVC é muito elevado, especialmente nos idosos e nas mulheres, e está associado a menor capacidade funcional. Os instrumentos habituais utilizados na estimativa de risco têm baixa capacidade de discriminação dos indivíduos com queda efetiva. Novas ferramentas de avaliação do risco com melhor desempenho são necessárias para identificar o risco de queda após AVC, permitindo intervenções eficazes de prevenção, tanto a nível individual quanto ambiental.