A Inquisição de Goa e o delito de judaísmo (1561-1732)

De entre os tribunais portugueses do Santo Ofício, a Inquisição de Goa foi a única cujo arquivo foi deliberadamente destruído. As limitações que esta circunstância impõe à investigação histórica sobre este tribunal atingem as mais variadas facetas da sua anterior actividade judicial. Este artigo pre...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Lourenço, Miguel Rodrigues (author)
Formato: bookPart
Idioma:por
Publicado em: 2022
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/34031
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/34031
Descrição
Resumo:De entre os tribunais portugueses do Santo Ofício, a Inquisição de Goa foi a única cujo arquivo foi deliberadamente destruído. As limitações que esta circunstância impõe à investigação histórica sobre este tribunal atingem as mais variadas facetas da sua anterior actividade judicial. Este artigo pretende ser um primeiro contributo para colmatar as muitas incertezas relativamente à vigilância inquisitorial sobre uma das tipologias de réus que, sobretudo nos começos do Santo Ofício em Goa, mais preocupou o tribunal: os cristãos- -novos. A partir do cruzamento sistemático da documentação enviada a Lisboa pela Inquisição de Goa – em especial o reportório de João Delgado Figueira e as listas de autos-da-fé –, o objectivo deste artigo é o de reconstituir o universo de cristãos-novos processados por delito de judaísmo pelo tribunal, bem como o de compreender ritmos persecutórios, perfis sociais dos condenados e atitudes colectivas face aos cristãos-novos no Estado da Índia.