Resumo: | Apresenta-se um modelo para descrever o ajustamento dos estudantes portugueses à Universidade. Testámos o Modelo Multidimensional de Ajustamento de jovens ao contexto Universitário (MMAU) numa amostra de 560 estudantes a frequentar pela primeira vez o primeiro ano de cursos de ciências e tecnologias (C&T; n = 259) e de ciências sociais e humanas (CS&H; n = 301). Apesar das expectativas de envolvimento académico à entrada da Universidade constituírem um preditor efectivo dos comportamentos de envolvimento na vida universitária, e da qualidade do ambiente de aprendizagem afectar os níveis de envolvimento, bem-estar e satisfação, os resultados confirmaram a plausibilidade do modelo para ambos os grupos e revelaram que essas relações não foram suficientemente fortes para influenciar o rendimento académico e o desenvolvimento psicossocial dos estudantes. O rendimento foi predito pela nota de candidatura e o desenvolvimento psicossocial pelo nível de autonomia à entrada da Universidade. Contrastando os resultados nos grupos, a autonomia emocional e instrumental no início da vida universitária e o envolvimento na vida académica tiveram um impacto diferencial no bem-estar obtido, respectivamente para os estudantes de C&T e de CS&H. As características pré-universitárias dos estudantes revelaram-se importantes para a configuração dos seus processos de adaptação ao contexto universitário, mostrando algumas especificidades, nesse processo, quando se consideram as áreas de cursos frequentadas.
|