Muitas antas e muita gente! As relações entre os recintos de fossos e os monumentos megalíticos no Alentejo Central

Em Portugal, mais concretamente na região centro-alentejana, o universo funerário das sociedades camponesas do 4.º e 3.º milénio a.n.e. foi tratado, até aos finais da década de ’90 do século passado, separadamente do “mundo dos vivos”. Tal devia-se, por um lado, à visibilidade dos monumento megalíti...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rodrigues, Filipa (author)
Format: bookPart
Language:por
Published: 2019
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10451/36435
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ul.pt:10451/36435
Description
Summary:Em Portugal, mais concretamente na região centro-alentejana, o universo funerário das sociedades camponesas do 4.º e 3.º milénio a.n.e. foi tratado, até aos finais da década de ’90 do século passado, separadamente do “mundo dos vivos”. Tal devia-se, por um lado, à visibilidade dos monumento megalíticos na paisagem, e, por outro lado, aos diferentes trabalhos que lhes foram dirigidos especificamente, dos quais se destaca o do casal Leisner, no concelho de Reguengos de Monsaraz (Leisner & Leisner, 1985). O potencial informativo dos “povoados” e das antas era de tal forma desequilibrado que foram organizados encontros científicos sob a temática “Muitas antas, pouca gente?” (Gonçalves, 2000), contraditadas, após a descoberta dos Perdigões e após a execução dos trabalhos de minimização de impactes na área do regolfo da Barragem de Alqueva, com o binómio “Muita gente, poucas antas?” (Gonçalves, 2003). O reconhecimento, na primeira década do século XXI, de dezenas de recintos de fossos alterou definitivamente o paradigma até então conhecido, sendo possível afirmar hoje que, na região centro-alentejana, havia muita gente e, por isso, muitas antas, não obstante a ausência de estudos específicos sobre a demografia pré-histórica. Na presente comunicação pretende-se debater as relações espaciais entre os recintos de fossos e os monumentos megalíticos alentejanos, procurando inferir os comportamentos sociais dos grupos que ocupavam esta área geográfica através dos dados empíricos disponíveis.