Summary: | O objetivo deste estudo foi analisar a ocorrência de lesões não intencionais nos adolescentes portugueses. Foram inquiridos 8215 adolescentes portugueses (52,7% do género feminino), do 6º, 8º, 10º e 12º ano de escolaridade. Foi analisada a ocorrência de lesões, o envolvimento em comportamentos violentos e o nível de satisfação com a vida, por género. Foram utilizados o teste t de Student e o teste de Qui-quadrado para analisar as diferenças entre géneros. Um modelo de regressão logística estratificado por género analisou as associações para ocorrência de lesões nos adolescentes. 41,3% dos adolescentes tiveram pelo menos uma lesão grave. Os rapazes relataram mais lesões (55%) e, mais lesões com necessidade de hospitalização (61,6%). Os rapazes mais novos e, as meninas do 8º e 10º ano, do Alentejo, que indicam Portugal como país de origem, e com menor satisfação com a vida foram os que sofreram mais lesões. Para ambos os géneros, a ocorrência de lesões está positivamente associada com o envolvimento em lutas. Para os rapazes, está ainda positivamente associada ao porte de armas e, para as meninas, a ser vítima de ciberbullying e de bullying e ter Portugal como o país de origem.Ter comportamentos violentos, ser rapaz, e idade mais jovem são fatores que predispõem à ocorrência de lesões nos adolescentes portugueses.Os adolescentes portugueses frequentemente envolvidos em lutas físicas, os do género masculino com porte de armas e os do género feminino de nacionalidade portuguesa, vítimas de bullying e ciberbullying sofreram mais lesões. Devem ser desenvolvidas estratégias preventivas tendo em conta as especificidades encontradas para cada género, de forma a capacitar os adolescentes a gerir situações de risco sem recurso à violência e a definir intervenções que promovam a sua segurança.
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