Escassez de Petróleo na China: Oportunidades e Ameaças ao Império do Meio

O crescimento económico chinês deverá levar ao aumento do consumo de todos os tipos de energia até ao ano de 2025. A escassez de gás natural e petróleo ao nivel doméstico implicará uma crescente dependência de importações. Este trabalho analisa apenas as importações de crude e derivados do petróleo....

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Torcato, Gil Manuel Cardal Cortez Moreira (author)
Formato: masterThesis
Idioma:eng
Publicado em: 1000
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/18824
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/18824
Descrição
Resumo:O crescimento económico chinês deverá levar ao aumento do consumo de todos os tipos de energia até ao ano de 2025. A escassez de gás natural e petróleo ao nivel doméstico implicará uma crescente dependência de importações. Este trabalho analisa apenas as importações de crude e derivados do petróleo. Apesar do petróleo ser um bem transaccionável nos mercados internacionais, a grande maioria das alternativas à produção doméstica deverão concentrar-se em apenas duas regiões, nomeadamente o Médio Oriente e os territórios da ex-URSS. A considerável dependência em relação a um pequeno número de fornecedores cria oportunidades e ameaças a todos os intervenientes. A República Popular da China poderá ter dificuldades em aprofundar as relações com um grupo restrito de países sem colocar em causa a estabilidade política das regiões exportadoras de petróleo em que os mesmos se integram. A complexidade das relações com países situados em regiões em que os Estados Unidos da América têm interesses vitais poderá levar à alteração do contexto em que se desenrolam as relações internacionais, ou, alternativamente, levar ao estabelecimento de novas prioridades em matéria de segurança nacional e de política externa por parte dos EUA. Face à informação disponivel, ainda não é claro se os Estados Unidos, enquanto única superpotência a nivel mundial, tentarão preservar o actual equilíbrio de poderes, contrariando para isso as presentes tendências globais e de forma a manter a sua situação privilegiada, ou se estarão dispostos a abdicar da sua posição, de forma a acomodar-se ao contexto emergente e de forma a alcançar um novo equilíbrio, apesar de este ser incerto. O crescimento económico é uma fonte de poder nas relações internacionais e é um dos pilares em que assenta a legitimação do poder político a nivel doméstico. Neste contexto, a crescente dependência externa para a satisfação da procura interna de petróleo expõe a China às flutuações dos preços internacionais e a eventuais irregularidades de abastecimentos, o que poderia ter consequências dramáticas para a sua economia. A República Popular da China tem uma quantidade considerável de instrumentos ao seu dispôr que poderão ser utilizados no sentido de cobrir estes riscos, o que terá de ser equacionado tendo sempre em conta os custos que lhes estão associados. A China enfrenta hoje um problema que não pode evitar. A forma como o vai resolver trará vantagens e desvantagens em relação à sua situação actual.