Resumo: | A salvação da crise económica no Portugal pós I Grande Guerra teria de passar pelo aumento da produção agrícola e industrial, dependentes em grande medida da electrificação geral do país, que era necessário estimular e apoiar. É neste contexto que em 1927, a concessionária do Couto Mineiro do Lena, inicia um ambicioso programa de expansão que contemplava a produção de eletricidade à boca da mina, pela queima dos carvões da Batalha. A central termoelétrica começou a funcionar em 1933 permitindo abastecer as minas e outras instalações da empresa, fornecendo energia à Batalha e Porto de Mós para iluminação pública, e abastecendo a fábrica de cimentos da Maceira. Contudo, as dificuldades económicas resultantes sobretudo do sobreendividamento da empresa abriram caminho à influência crescente das hidroelétricas na região, que redundou, em 1948, na alienação da central a um consórcio formado por três das mais importantes produtoras e distribuidoras de energia – Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, a Hidro-Eléctrica do Alto Alentejo e a Companhia Eléctrica das Beiras -, uma estratégia negocial que, por arraste, implicou o encerramento das minas.
|