Variação morfológica de Melarhaphe neritoides ao longo de um gradiente latitudinal na Península Ibérica

Algumas espécies de gastrópodes da família Littorinidae possuem um ciclo de vida que inclui uma fase larvar planctónica. As larvas são consideravelmente móveis na coluna de água e por isso os indivíduos que sobrevivem após um período de tempo depois do assentamento partilham um fundo genético comum....

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Leonardo, Maria Nélia Soares (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2011
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/713
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/713
Description
Summary:Algumas espécies de gastrópodes da família Littorinidae possuem um ciclo de vida que inclui uma fase larvar planctónica. As larvas são consideravelmente móveis na coluna de água e por isso os indivíduos que sobrevivem após um período de tempo depois do assentamento partilham um fundo genético comum. Em consequência disto, a adaptação local é limitada e a existência de algumas variações é explicada pela plasticidade fenotípica. A diferenciação morfológica da concha de Melarhaphe neritoides (Gastropoda, Littorinidae), com desenvolvimento larvar, foi analisada em vinte praias rochosas ao longo da costa de Portugal e da Galiza. A colheita foi efectuada no período de Novembro de 2003 a Setembro de 2004. Foram aplicados métodos de morfometria geométrica a amostras aleatórias de 30 organismos de cada local para permitir identificar variações na forma da concha ao longo do gradiente geográfico independentemente do tamanho dos organismos. Os resultados mostram existir diferenças significativas na forma da concha desta espécie ao longo de um gradiente de Norte para Sul, desde a costa da Galiza até à costa Centro de Portugal. A concha de Melarhaphe neritoides das regiões da Galiza e do Norte de Portugal é mais achatada no ápice e mais alargada, comparativamente com a concha das populações do Centro da costa portuguesa. Estas variações latitudinais na forma da concha podem ser atribuídas a pressões selectivas do ambiente. A variação da forma da concha observada nos espécimes das regiões Sul e Algarve-Sul não poderá ser atribuída exclusivamente a pressões selectivas do ambiente.