Summary: | Introdução: A cultura de segurança consiste num conjunto de valores individuais e de grupo, de atitudes, percepções, competências e padrões de comportamento que determinam o compromisso com a segurança. Ao conhecer a cultura de segurança do serviço e organização é possível identificar pontos fortes, assim como aspectos problemáticos, devendo estes ser encarados como oportunidades para melhorar. Embora se acredite que é essencial investir no desenvolvimento de uma cultura de segurança sólida e positiva, os estudos realizados neste âmbito em contexto pediátrico são praticamente inexistentes. Objectivo: O objectivo geral consiste em avaliar a cultura de segurança do doente pediátrico percepcionada pelos profissionais de saúde, identificando assim áreas de intervenção prioritária em prol da segurança e qualidade dos cuidados prestados. Metodologia: Estudo quantitativo, de cariz descritivo-correlacional. A amostra é constituída por 167 profissionais de saúde do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. O instrumento utilizado baseia-se no Hospital Survey on Patient Safety Culture, traduzido e validado para a população portuguesa. Resultados: Dos resultados, salienta-se a dimensão “trabalho em equipa” que obteve isoladamente o valor mais positivo. As dimensões consideradas problemáticas são: “apoio à segurança pela gestão”, “frequência da notificação de eventos”, “profissionais” e “resposta ao erro não punitiva”, devendo ser merecedoras de intervenção prioritária. A percepção de cultura de segurança do doente pediátrico é influenciada pelas variáveis sociodemográficas e pela profissão. Constata-se ainda que uma grande maioria dos profissionais (79.6%) não notificou eventos/ocorrências nos últimos meses e que 63.5% nunca o realizou ao longo da sua vida profissional. Conclusões: Estes dados sugerem ser necessário investir a curto prazo numa política de segurança que promova a notificação voluntária e não punitiva de incidentes.
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