Resumo: | Introdução: A sexualidade manifesta-se de uma forma constante no ser humano. Considerando que as alterações sentidas a nível da relação sexual podem condicionar um impacto direto ou indireto a nível da sexualidade, o período pós-parto pode ser conduzir à existência de alterações neste domínio. A definição de satisfação face à sexualidade engloba a totalidade da definição de sexualidade. A satisfação sexual é aquela que se refere apenas à obtenção de satisfação na relação sexual. Objetivo: Relacionar os níveis de satisfação com o relacionamento sexual, após o nascimento do primeiro filho com os níveis de satisfação face à sexualidade do casal antes da gravidez e 6, 9 e 12 meses após o nascimento do primeiro filho. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo-correlacional. Instrumento: questionário (dados sociodemográficos e obstétricos; Questionário de Satisfação com o Relacionamento Sexual (QSRS) Ribeiro e Raimundo (2005); caraterização da satisfação face à sexualidade - escala de 0 a 10 para classificação da satisfação). Amostra: 61 casais (102 indivíduos) da região centro do país, com filho único, com idades compreendidas entre os 6 e os 12 meses. Colheitas por formulário a casam selecionados através do efeito de bola de neve. Resultados: Após o nascimento do primeiro filho, os casais apresentam níveis de satisfação elevados, quer na generalidade do relacionamento sexual ( x =74,12; s=18,43), quer nos domínios funcionamento sexual ( x =72,39; s=20,99) e confiança ( x =76,12; s=18,15). Os valores médios de satisfação face à sexualidade variam entre 8,07 (antes da gravidez) e 5,97 (6 meses pós-parto). Constatou-se que existem relações moderadas entre todos os momentos da satisfação face à sexualidade e a satisfação com o relacionamento sexual (domínios e subescalas). Apenas se verifica uma pequena exceção entre a satisfação face à sexualidade nos 12 meses após o parto e a subescala relacionamento em geral. Conclusões: Comummente realiza-se uma associação direta entre satisfação face à sexualidade e satisfação sexual, quer a nível científico, quer ao nível do senso comum, reduzindo a satisfação face à sexualidade à obtenção de satisfação através da genitalidade. Os resultados obtidos indicam uma aproximação ao facto de que apesar de a sexualidade não se referir apenas à relação sexual e à satisfação obtida na mesma, parece-nos existir aqui uma relação. Considerando as competências do enfermeiro ESMO que contemplam as intervenções ao longo do ciclo de vida familiar (incluindo os períodos pré-concecional, pré-natal, trabalho de parto, parto e pós-parto), com vista à obtenção de níveis de saúde e bem-estar mais elevados, os dados encontrados neste estudo podem revelar-se de extrema importância na construção e adequação de estratégias de promoção do bem-estar e saúde familiar.
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