Resumo: | A leucoplasia é a lesão pré-cancerosa mais comum da cavidade oral. A Organização Mundial da Saúde define-a clinicamente como uma lesão predominantemente branca da mucosa oral, que não pode ser caracterizada como qualquer outra lesão, nem clínica nem histopatologicamente e que tem tendência a transformação maligna. Apresenta múltiplos fatores na sua importância etiopatogénica implícita, tanto no seu desencadeamento como na sua evolução. O consumo de tabaco é o fator predisponente mais comum no desenvolvimento das leucoplasias orais, embora existam outros que afetam em menor proporção. Estes desencadeantes envolvidos são agrupados em três categorias, fatores infecciosos (fungos, vírus e bactérias), fatores nutricionais (anemia por deficiência de ferro e disfagia siderofênica) e fatores tóxicos (álcool e produtos farmacológicos). A leucoplasia subdivide-se clinicamente em duas grandes categorias, homogêneas e não homogêneas. As não homogêneas apresentam quatro subtipos, verrucosa, verrucosa proliferativa, granular ou nodular e leucoeritroplasia. O diagnóstico desta patologia divide-se em duas fases. No início apresenta-se um diagnóstico provisório sendo necessário depois o estudo histopatológico por biopsia para estabelecer o diagnóstico definitivo. Dado que a cirurgia com laser está associada com taxas de complicações intra-operatórias e pós-operatórias baixas, a utilização do laser de CO2 é um dos tratamentos mais comumente utilizados pelas vantagens que oferece, sendo um instrumento rápido e preciso que permite uma boa coagulação do campo cirúrgico, uma boa vedação dos vasos linfáticos da área e a redução da dor e o edema no período pós-operatório. O presente trabalho consiste numa revisão narrativa do tratamento da leucoplasia oral com laser de CO2, abordando também os fatores relacionados com a transformação maligna das lesões, as complicações associadas ao procedimento e os resultados da técnica utilizada.
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